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02/08/2017
Réus, condenados e investigados na Lava Jato irão decidir denúncia de corrupção contra Temer

Resultado de imagem para temer deputados   Nesta quarta (02/08), o Congresso se reunirá para decidir se autoriza ou não o Supremo Tribunal Federal (STF) a analisar a denúncia criminal contra o Presidente Michel Temer (PMDB), primeiro na história a ser investigado com mandato em exercício.

  Temer foi flagrado comprando o silêncio do ex-deputado, agora preso, Eduardo Cunha e em esquemas de corrupção com a empresa JBS. No entanto, o presidente golpista não é o único investigado. Pelo menos 47 deputados respondem a ações penais (processos) na mais alta corte do país. Desses, ao menos seis exercem o mandato mesmo condenados à prisão – inclusive um presidiário. Todos estão aptos a participar da votação.

  O número de réus representa quase 10% dos 513 integrantes da Casa. Eles são acusados de corrupção, a exemplo de Temer, e outros crimes, como formação de quadrilha, peculato, delitos contra a administração pública em geral, entre outros. As ações penais são processos que podem resultar em condenação.

  O “corpo de magistrados” da Câmara é composto, ainda, por 71 deputados investigados na Operação Lava Jato, a mesma que motivou a denúncia da Procuradoria-Geral da República por corrupção e arrastou o presidente para o centro da crise política. São citados em delações da Odebrecht e de ex-diretores da Petrobras. Réus e alvos de inquéritos (investigações preliminares que podem resultar na abertura de processos) na Lava Jato fazem parte da bancada suprapartidária dos parlamentares com contas a prestar à Justiça. Pelo menos 238 congressistas respondem a acusações criminais no Supremo. Desses, ao menos 190 são deputados que participarão da votação histórica da denúncia. Como o tribunal conserva alguns casos ocultos, a tendência é que o total de suspeitos seja ainda maior.

  Um Congresso de corruptos irá analisar uma denuncia de corrupção do presidente mais odiado da história desde a redemocratização. Sabemos qual o provável destino dessa história. Não é a toa que o presidente golpista libera emendas e tentar comprar os votos dos deputados/as. Algo extremamente revoltante em um país com mais de 14 milhões de desempregados e com escolas e hospitais caindo aos pedaços.

  Somente a mobilização dos trabalhadores/as poderá colocar Temer para fora e parar as reformas. Um congresso repleto de corruptos não pode decidir o destino das nossas vidas. Precisamos ocupar as ruas e reconquistar os trabalhadores para a luta.

 

Foto: Jamil Bittar / Reuters

Com informações do Congresso em Foco