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Ainda repercute entre os servidores públicos federais no Rio Grande do Norte, a realização do VII CONSINTSEF/RN, ocorrido no início do mês em Rio do Fogo. Para ampliar os debates realizados no congresso e trazer novas visões sobre os temas debatidos no espaço realizamos uam série de entrevistas com os palestrantes do congresso. A primeira entrevista que fizemos foi com ÍNDIO, representante da INTERSINDICAL no Congresso.
SINTSEF/RN - Como foi sua participação no Congresso?
ÍNDIO: Fui convidado para discutir a conjuntura e o momento que a gente tá passando. A nossa avaliação critica é que os governos que fizeram conciliação de classe não atacaram os principais problemas do país, não enfrentaram a direita e implementaram medidas neoliberais, mas a direita e o grande capital operaram manobras para implantar um governo ilegítimo, mas disposto a adotar uma agenda completamente de ataque aos direitos dos trabalhadores. O Temer assume para entregar o pré-sal para os estrangeiros, pra avançar nos ataques aos servidores públicos. Ele vem para atacar os direitos trabalhistas com um conjunto de medidas, que ainda que tivéssemos no governo do PT, um governo que não foi dos trabalhadores, o que aconteceu a rigor foi um golpe para implantar um governo sem nenhuma concessão, sem nenhuma mediação com os de baixo, um governo disposto a aplicar uma agenda absolutamente neoliberal para o nosso país.
SINTSEF/RN -Qual a importância de reunir trabalhadores e fazer congressos sindicais?
ÍNDIO: É muito importante, eu gostei muito do debate, a construção do congresso foi muito boa. Teve bastante debate, boas posições. O sindicato esta de parabéns, pois levou esse debate para categoria, para os trabalhadores. Isso não é uma coisa que podemos resolver entre a vanguarda, precisamos discutir com os trabalhadores, pois na minha visão a população são brasileira ainda não se deu conta da gravidade do que está acontecendo no país e isso precisa ser levado para as bases, precisa ser debatido com os trabalhadores e acho que o congresso cumpriu bem essa tarefa. A direção e a categoria saem fortalecida para enfrentar o governo e para enfrentar o avanço conservador.
SINTSEF/RN: Quais os principais desafios para esquerda nesse novo período de lutas?
ÍNDIO:Nos estamos num período de resistência, seja no cenário internacional que já vem de uma crise econômica em que o grande capital e seus governos já adotavam medidas neoliberais, o principal desafio é resistir e impedir o avanço da direita e principalmente o avanço sobre as conquistas sociais. Nós não podemos retroceder nos direitos garantidos pela constituição, nós não podemos retroceder nos pouquíssimos avanços do serviço público, nos não podemos permitir que o estado brasileiro e que as políticas públicas sejam ainda mais desconstruídas, nós precisamos construir uma unidade ampla de todos os setores populares, da esquerda, dos movimentos sindicais e sociais na defesa dos direitos. Por outro lado, isso só será possível derrubando o governo. A manutenção do governo Temer só tem o sentido de levar a cabo essa agenda.
SINTSEF/RN:Qual o papel do movimento sindical nesse momento?
ÍNDIO:A luta de classes no Brasil ainda tem um espaço muito importante para os sindicatos, o papel do movimento sindical é aumentar a solidariedade dos trabalhadores, organizar o campo popular nessa batalha contra o grande capital, contra os ataques neoliberais e conservadores.
SINTSEF/RN:Quais as impressões em linhas gerais do CONSINTSEF 2016?
ÍNDIO: Achei um congresso politizado, muito bom, com bastante participação. Percebi um grau de companheirismo muito grande. Acho que a pauta do congresso foi acertada discutir os ataques, discutir o governo, discutir as saídas, mas também discutir opressões e temas como o PLP 257 e a reforma da Previdência. Achei o Congresso muito bom e gostei muito de ter participado.