NOTÍCIAS


15/10/2013
Devolução de servidor denuncia péssima administração da Prefeitura de Extremoz
Em decisão unilateral, os gestores do município resolvem punir servidor, que atuava na rede municipal de saúde há quase duas décadas Após dezoito anos atuando no combate às endemias em Extremoz, município localizado na região metropolitana de Natal, o servidor cedido Zé Walter, que também é filiado do SINTSEF/RN, foi devolvido ao Ministério da Saúde. Por meio de uma denúncia feita pelo servidor, o sindicato tomou conhecimento da decisão e, ao tentar dialogar com os gestores de Extremoz, pôde constatar a péssima administração a qual o município está sujeito. A devolução ao Ministério da Saúde foi comunicada ao servidor em agosto, após ter questionado a decisão unilateral da Prefeitura de modificar o horário de trabalho de sua equipe, sem que antes fosse feita uma discussão com o setor. Dessa forma, os gestores, que parecem querer distância de questionamentos por parte de seus funcionários, decidiram devolver Zé Walter, como “punição” por ter expressado a insatisfação geral dos servidores da saúde. Ao tentar resolver a questão, o SINTSEF/RN fez várias visitas à cidade – grande parte em vão - e tomou conhecimento da péssima qualidade da administração de Extremoz. A estrada esburacada que dá acesso à cidade pela comunidade de Estivas já sinalizava o descaso da atual gestão, que é também perceptível nas obras inacabadas e no lixo que se acumula pelas ruas. Já no gabinete civil, além de o prefeito dar expediente na cidade esporadicamente, o contato com o executivo é extremamente difícil. Sempre ocupada ou atendendo ligações, a secretária não marca audiências; apenas toma nota do assunto e promete ao interessado retornar depois, o que nunca acontece. O mais grave, contudo, é que quem manda - e desmanda - é o Secretário de Administração, que demonstrou total despreparo para o cargo que exerce de direito - Secretário de Administração - e de fato - Prefeito. Após uma longa espera, o SINTSEF/RN foi atendido pelo secretário, que justificou a demora alegando estar ocupado conferindo a folha de pagamento de seus funcionários. Servidores sem receber e outros que alegavam erros em seus já minguados salários encheram os corredores do gabinete naquele dia. Depois de muita insistência, a secretária geral Gizélia Rocha e o assessor político Valério Fonseca, do SINTSEF/RN, juntamente ao servidor Zé Walter, foram recebidos pelo Secretário de Administração. Durante a reunião, o mesmo apresentou um comportamento que indicava não haver justificativa técnica para a devolução, tratando-se apenas de uma perseguição política. Apresentou argumentos vazios que mostravam seu despreparo em dialogar, além de não direcionar o olhar aos seus interlocutores e se dedicar a outros assuntos durante a reunião. Após o ocorrido, o próprio Zé Walter optou por deixar o lugar onde prestou seus serviços, durante longos dezoito anos, de forma responsável, competente e dedicada. O servidor alegou não ter mais forças para lutar contra as péssimas condições de trabalho decorrentes de uma incompetência administrativa jamais vista no Município. Apesar de o Sindicato ter colocado sua assessoria jurídica à disposição do filiado para mover uma ação judicial alegando perseguição política, assédio e danos morais, Zé Walter, filiado reconhecido por sua boa índole, recusou e fez questão de frisar que não desejava entrar em disputas administrativas e judiciais. A denúncia da situação, entretanto, merece ser registrada. A crítica não é apenas à Prefeitura de Extremoz, que necessita de uma gestão que trate a população com mais respeito e questões de ordem pública com competência, mas também ao Ministério da Saúde, pelo abandono aos seus servidores e por permitir que funcionários sejam execrados dos lugares onde prestam seus serviços sem o direito à defesa.