NOTÍCIAS


15/09/2015
Servidores no RN criticam pacotes de maldades do governo e entram em estado permanente de mobilização
A assembleia desta terça-feira, 15, foi marcada por falas críticas a maneira equivocada com que a Condsef conduziu as negociações salariais dos servidores públicos, o que resultou em uma proposta extremamente rebaixada para o funcionalismo, cerca de 10,8% dividido em 2 anos. Um índice que não cobre nem a inflação para o período. Essa proposta foi aceita pela maioria da Condsef, que ainda é muito ligada a entidades de suporte ao governo. Os representantes do Rio Grande do Norte na plenária nacional da Condsef se posicionaram de maneira contrária a essa proposição, posicionamento seguido pela base presente na assembleia de hoje. Os  servidores do Rio Grande do Norte decidiram rejeitar o acordo firmado entre a Condsef e o governo. 
 
Os servidores presentes na assembleia deram informes sobre a plenária ocorrida em Brasília e o posicionamento pouco combativo da Condsef, que não deu apoio as mobilizações de greve nos estados. O Rio Grande do Norte foi o primeiro estado onde  muitas categorias do executivo federal como o Ibama, Funasa, Ministério da Saúde, Iphan, Administrativos da PRF, DNOCS, Incra e Fazendários  entraram em greve. 
 
Hoje o movimento chegou ao 47° dia de paralisação, e os servidores fizeram questão de declarar que se foram conseguidos avanços na questão salarial isso só aconteceu graças a mobilização dos servidores que entraram em greve, e que o movimento poderia ter sido maior não fosse o isolacionismo provocado pela não entrada na greve de diversos sindicatos ligados ao governo. 
 
Também causou indignação nos servidores o anúncio de novos cortes pelo governo  feito na última segunda , 14. As mudanças afetam, inclusive, o acordo firmado dias antes entre o conjunto dos servidores federais e o governo. Em pouco mais de 72h, o Ministério do Planejamento voltou atrás e apresentou uma outra proposta. Empurrando o aumento dos servidores para agosto de 2016. As medidas de ajuste precarizam ainda mais as relações de trabalho para o funcionalismo federal ao cancelar  concursos públicos, mudar o abono de permanência e instituir impostos sobre toda a população e não de maneira progressiva, como na proposta de  taxação sobre grandes fortunas, tributação defendida por vários movimentos sociais e diversos setores da esquerda.
 
Com a saturação do processo negocial e aprovação de proposta rebaixada pela Condsef, os servidores no Rio Grande do Norte decidiram pela saída da greve, mas pela manutenção do estado permanente de mobilizações com vistas ao fortalecimento da categoria diante dos ataques implementados pelo governo. 
 
Os servidores aprovaram a retomada da mobilização de toda a categoria, com a  realização de reuniões e atividades nos órgãos. Não esta descartada a retomada do movimento grevista, agora de maneira mais fortalecida e unificada. Os servidores deixaram claro que eles não vão pagar a conta pela crise e que os servidores públicos não podem ser ainda mais penalizados por medidas que precarizam ainda mais os servidores e os aposentados. 
 
Mais uma vez o governo quebra a conta nas costas dos servidores, isso não é justo! O governo já acha pouco a proposta rebaixada que fez e ele mesmo quebrou ao mudar o prazo para a implementação. Além disso, anunciou o corte do abono de permanência e  a suspensão dos concursos  públicos  o que é gravíssimo,  pois afeta diretamente a reposição de pessoal nos órgãos, muito deles já sucateados.  A  nossa base decidiu continuar mobilizada na tentativa de derrubar todo esse pacote de maldades do governo e estamos na disposição de continuar lutando e mobilizado os servidores , nós não somos os responsáveis pela crise e não seremos nós que vamos pagar essa conta, afirmou Gizélia Rocha, coordenadora geral do SINTSEF/RN