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19/09/2013
Trabalhadores são impedidos de acompanhar debate sobre PL 4330, das terceirizações, na Câmara dos Deputados
Trabalhadores são impedidos de acompanhar debate sobre PL 4330, das terceirizações, na Câmara dos Deputados A Comissão Geral que debateu o PL 4330, das terceirizações acabou às 16h desta quarta-feira (18). Foram quase cinco horas de debate entre entidades contrárias e a favor do PL. Durante a reunião, as centrais sindicais protestaram em frente a um dos acessos à Câmara dos Deputados contra o PL 4330, e em mais uma demonstração de repressão por parte dos representantes da casa, sindicalistas foram impedidos de acompanhar a sessão. Esse debate ocorre após ter sido suspensa sua votação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara, deste projeto, que seria votado diretamente no plenário da Câmara, para depois ir ao Senado. Entretanto, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, anunciou a realização dessa comissão geral com o objetivo de debater amplamente o tema. Ao final da reunião, o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, Manoel Messias Nascimento Melo, recomendou cautela aos parlamentares na análise do projeto que regulamenta o trabalho terceirizado no País (PL 4330/04). Durante a Comissão, em sua fala, o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Mauricio Godinho Delgado manifestou-se contrário ao PL 4330, que poderia reduzir a renda do trabalhador em até 30%. “As categorias profissionais tenderão a desaparecer no país, porque todas as empresas, naturalmente, vão terceirizar suas atividades. E o desaparecimento das categorias profissionais terá um efeito avassalador sobre as conquistas históricas”, disse. Juízes e procuradores também se mostraram contrários ao PL 4330. O presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Paulo Luiz Schimidt disse que o PL “é uma tragédia, em termos de futuro político da Nação”. O presidente da Associação Nacionais dos Procuradores do Trabalho (ANPT), Carlos Eduardo de Azevedo Lima, também se manifestou contrariamente ao texto. “Esta proposta traz mais precarização e é um retrocesso social”, afirmou. Recentemente o Conselho Superior do Ministério Público do Trabalho (CSMPT) aprovou uma moção contrária ao PL das terceirizações encaminhada presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves. Na moção a manifestação de contrariedade por entender que o PL 4330 “permite a terceirização de serviços em todas as atividades de empresas e órgãos públicos, sem quaisquer limite”. Para os membros do CSMPT, atentará contra a dignidade dos trabalhadores e ferirá a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Na moção consta ainda: “A realidade vivenciada pelo Ministério Público demonstra que a terceirização é causa direta da precarização das relações de trabalho quanto à remuneração, à supressão de direitos trabalhistas, ao enfraquecimento do sistema sindical e, principalmente, ao elevado índice de acidentes e de adoecimentos decorrentes do trabalho”.