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Mesmo com os espaços conquistados pelas mulheres nos últimos anos, no mercado de trabalho, na política, vemos com tristeza os dados alarmantes da violência de gênero, tanto em nível nacional como internacional. Violência esta que muitas vezes é silenciosa, que acontece no lar e também no local de trabalho, tanto no aspecto físico como psicológico, onde impera o medo e a falta de uma estrutura melhor que ampare as mulheres vítimas dela.
As estatísticas da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmam que uma em cada três mulheres no mundo já sofreu violência física ou sexual, cerca de 120 milhões de meninas foram submetidas ao sexo forçado. Ainda de acordo com a ONU, o Brasil é o segundo maior “exportador” de mulheres escravas na América do Sul, 98% das vítimas de tráfico humano são mulheres e crianças, principalmente as negras, pertencentes às camadas mais pobres da população, que são "exportadas" para trabalhar na prostituição e tráfico de órgãos.
O dia de 25 de novembro foi instituído pela ONU e escolhido em referência à Campanha Mundial pelos Direitos Humanos das Mulheres, realizada durante 16 dias no ano de 1991, com várias atividades contra a violência sofridas pelas mulheres. Iniciada em 25/11 daquele ano e indo até o dia 10 de dezembro, aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O impacto da violência exerce efeitos nefastos na vida das mulheres e da família. As donas de casa, em sua maioria dependentes financeiramente dos maridos, acabam sendo submetidas a viver com isso, algumas vezes sofrendo agressão na frente dos filhos e as mulheres trabalhadoras sofrem também os efeitos no âmbito de seus empregos, pois tendem a ser menos produtivas, têm dificuldade de concentração, estão propensas à depressão e o stress.
O Banco Mundial estima que um em cada cinco dias de ausência feminina no ambiente de trabalho tem como causa a violência, sem falar que quando ela não acontece em casa, pode acontecer no trabalho através de assédio moral e até sexual.
No país tivemos alguns avanços com a Lei Maria da Penha, decretada em 2006, mas os mecanismos de aplicação desta ainda são frágeis, falta estrutura nas delegacias e locais de amparo para as mulheres e crianças vítimas, que muitas vezes precisam sair de casa para se afastarem do agressor, as penas ainda não são em sua totalidade aplicadas. Denunciar a violência também é fundamental, junto a isto, deve-se seguir na luta por melhores políticas públicas que visem combater o machismo e a violência de maneira efetiva.
O dia de hoje é importante como marco para a necessidade de discutir e combater a violência sobre as mulheres, mas devemos lembrar que essa luta é diária, que todas as mulheres devem ser conscientes de seus direitos e que não devem se intimidar diante da violência, seja ela em casa, no trabalho ou em qualquer outro lugar. Uma sociedade justa é aquele em que homens e mulheres possuem os mesmos direitos, onde a igualdade é princípio fundamental para seu funcionamento. Que nossa luta seja contra qualquer tipo de violência contra as mulheres, sejam elas donas de casa, trabalhadoras do campo, da cidade, do serviço público ou privado, das fábricas, autônomas, jovens e crianças!