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30/04/2014
1º de maio: Dia de luta, dia do trabalhador!

Neste 1º de maio, relembramos a luta dos trabalhadores ao longo dos séculos

O Dia do Trabalhador é comemorado em 1º de maio, momento em que relembramos a luta da classe ao longo dos séculos por condições dignas de trabalho. Apesar de todos os avanços e conquistas, ainda são inúmeras as demandas. Em um ano marcado pela Copa do Mundo, quem for para as ruas protestar pode ser enquadrado por ato criminoso. Além disso, o direito de greve de muitas categorias está sendo ameaçado. Por essas e outras, é necessário relembrarmos nossa história e reforçarmos: a luta continua!

O início da luta dos trabalhadores

Em meados do século XIX, num contexto em que os operários chegavam a trabalhar até mesmo 18 horas por dia, trabalhadores de países europeus decidem fundar a Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT), conhecida por “A Internacional”, que tinha a luta pelas 8h como pauta central.

Em 1º de maio de 1866, operários em greve de Chicago, principal centro industrial dos EUA, são mortos pela polícia durante manifestações em que defendiama jornada de 8 horas diárias. Em memória a esse episódio, o dia 1º de Maio foi instituído como o Dia Mundial do Trabalhador em 1891, durante a Segunda Internacional Socialista.

No inicio do século XX, sindicatos e organizações operárias brasileiras se reuniam em torno da Confederação Operária Brasileira, que tinha a redução da jornada de trabalho como frente. Durante as greves realizadas, algumas conseguiram a redução para 9 horas, como foi o caso de operários de Porto Alegre. No entanto, a paralisação dos ferroviários de Jundiai (SP) teve como saldo mais uma vez a violência, contabilizando inúmeros mortos e feridos.

A luta nas ditaduras

Em 1º de maio de 1940, o então presidente Getúlio Vargas decreta o salário mínimo e segue com medidas que ocultam o objetivo de controlar a luta de classes. Avaliação de sindicalistas é que a ação tinha como objetivo silenciar e fazer esquecer as três décadas de greve, manifestações e resistência operária.

Já durante a ditadura militar, o 1º de maio de 1968 foi marcado por uma tentativa de enganação dos pelegos do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, que levaram o então governador de São Paulo, Abreu Sodré, para as comemorações da data na Praça da Sé. Presentes no ato, os trabalhadores vaiaram a atitude da entidade e governador, expulsando-os do palanque.

Ainda na ditadura, em 1978, os baixos salários e o regime militar motivam trabalhadores a aderirem a greves em todo o Brasil. Em 1980, a segunda grande greve dos metalúrgicos do ABC (SP) tem início, e contava com apoio de setores da Igreja católica, associações de moradores, setores da esquerda e diversas entidades e organizações. Na passeata do 1º de maio de São Bernardo, o ato conta com adesão de trabalhadores do campo e da cidade, recebendo apoio de todas as partes do país, mostrando que o movimento crescia e revelava o descontentamento popular com o regime. A ditadura, diante da magnitude da articulação operária, com cerca de 100 mil participantes, envia cinco mil agentes de repressão, que se dispersam aos poucos.  

Mesmo após quase 200 anos de luta, os direitos dos trabalhadores ainda continuam sendo cerceados e alvos de repressão. Por isso, o SINTSEF/RN e a CSP-Conlutas continuam lutando por melhorias nas condições de trabalho e reforçando: ainda há muito o que ser feito.  

*Com informações da CSP-Conlutas e Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC)