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Ao apontar dificuldades para atender a reivindicação de servidores federais por uma reposição salarial emergencial, o governo Bolsonaro sempre insiste na narrativa de que não há verba suficiente no orçamento da União. Esse discurso cai por terra quando se analisa de perto a situação. Ao examinar dados de um período de apenas um ano, a subseção do Dieese na Condsef/Fenadsef constata que enquanto as despesas de pessoal se mantém constantes, no mesmo período o governo elevou gastos com juros que beneficiam rentistas em 33,49%. Desse modo, está claro que as despesas com funcionalismo não podem ser consideradas vilãs das contas públicas como o governo quer fazer a população acreditar.
Como aponta o Dieese, nos últimos anos, a despesa com pessoal e encargos sociais da União vem se mantendo constante em aproximadamente 4,3% do PIB (Produto Interno Bruto). Esse é o retrato de pelo menos cinco anos de salários congelados da maioria dos servidores do Executivo, fortalecido pela Lei Complementar 173 que proibiu qualquer reajuste durante a pandemia. Outro elemento determinante, lembra o Dieese, foi a drástica diminuição de concursos públicos e, por consequência, a falta de reposição de servidores que se aposentaram nos últimos anos.
Todo esse cenário traz impactos e amplia o desmonte do Estado brasileiro, além do enfraquecimento das políticas públicas, direito constitucional de todo cidadão brasileiro. Com menor renda, taxas elevadas de desemprego e aumento da inflação, a classe trabalhadora segue sentindo na pele o resultado da política destrutiva priorizada pelo governo Bolsonaro. Nos últimos anos, mais de 19 milhões de brasileiros ficaram na linha da miséria. De outro lado, a lista de bilionários brasileiros da Forbes ganhou 42 nomes em 2021. "De que lado o governo Bolsonaro está? Pois todos esses dados nos dão certeza para afirmar que este governo não está ao lado do povo", constata o secretário-geral da Condsef/Fenadsef, Sérgio Ronaldo da Silva.