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03/05/2022
Pressionado, Bolsonaro empurra crise com servidores enquanto seu governo 'ganha tempo'

Ao dizer que "não é dono da caneta BIC" e que a conjuntura o deixou de "mãos atadas", o presidente Jair Bolsonaro falou na última sexta-feira, 29, do impasse instalado sobre reajuste para servidores federais. Bolsonaro entendeu que a proposta de 5% linear ao funcionalismo desagradou todas as categorias, mas segue sem apresentar nenhuma solução para a situação. Seu governo insiste em não abrir um canal de negociações efetivo com representantes dos servidores. 

Por ser ano eleitoral, há uma série de empecilhos para concessão de reajuste ao funcionalismo. Se não houver avanço no orçamento 2022, servidores só poderão voltar a ter reajuste a partir de 2024.  A maioria está com salários congelados há mais de cinco anos e reivindica uma recomposição salarial emergencial de 19,99%, referentes às perdas dos três anos de governo Bolsonaro. 

Sem nenhum sinal de negociação efetiva com o governo, servidores devem continuar mantendo a unidade, reforçando a luta e intensificando a mobilização em torno de sua pauta emergencial de reivindicações. A pressão de diversas categorias segue ganhando força.  Diante das pressões, a tática de Bolsonaro segue sendo empurrar a crise com o funcionalismo enquanto seu governo ganha tempo usando a mídia para testar a reação dos servidores a propostas que vão sendo ventiladas sem nenhum respaldo formal. Só a ampliação da mobilização pode conseguir avanços nesse cenário.

Não é mais possível suportar a falta de diálogo, conviver com o aumento da inflação, a falta de investimentos no setor público, o congelamento e o arrocho salarial imposto por esse governo. Em ano eleitoral não podemos nos deixar levar por mentiras e muito menos por promessas. Seguiremos firmes e em luta até sermos atendidos.

 

Com informações de CONDSEF/CONADSEF