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22/03/2017
Descobriram e se chocaram com a "Carne Fraca" em 2017? Engels já tinha cantado a bola em 1845.

Por Maria Carmen Silva

Em geral, as batatas que adquire são de má qualidade, os legumes estão murchos, o queijo envelhecido é mau, o toucinho é rançoso e a carne é ressequida, magra, muitas vezes de animais doentes e até mesmo já em decomposição. (...)

A carne vendida aos operários é intragável; porém, uma vez comprada, é consumida. (...)

Vende-se manteiga salgada como manteiga fresca, cobrindo-a com uma camada de manteiga fresca ou colocando uma libra de manteiga fresca para ser provada e, depois da prova, vendendo manteiga salgada ou, ainda, retirando o sal pela lavagem e apresentando-a como fresca.

Ao açúcar, mistura-se farinha de arroz ou outros gêneros baratos, assim vendidos a preços altos; até mesmo resíduos de sabão são misturados a outras substâncias e vendidos no açúcar.

Mistura-se chicória ou outros produtos de baixo preço ao café moído; ao café não moído, dando-se-lhes forma de grão, também se misturam outros artigos.

Também é frequente misturar-se ao cacau uma finíssima camada de terra escura que, banhada em gordura de carneiro, deixa-se mesclar facilmente ao cacau verdadeiro.

O chá vem misturado com folhas de ameixeira e outros vegetais, ou então folhas de chá já servidas são recuperadas, tostadas em alta temperatura sobre placas de cobre para que retornem a cor e vendidas em seguida.

A pimenta é adulterada com cascas de nozes moídas etc. (...)

E eu poderia citar mais uma dúzia delas - entre outras, a prática infame de misturar gesso ou argila à farinha" (Friedrich Engels, "A situação da classe trabalhadora na Inglaterra"). Não é "carne fraca". O nome disso é capitalismo.

Por Maria Carmen Silva