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29/09/2016
Como a elite age para manter os juros altos

Um trabalho acadêmico desmente justificativa “técnica” para termos as taxas mais altas do planeta. Surge outra explicação: além dos banqueiros, grande indústria e agronegócio beneficiam-se da política monetária atual

A confirmação, pelo Banco Central, na quarta-feira 31, dos juros mantidos há mais de um ano em 14,25% cristaliza o País como caso raro de estabilidade no topo em um mundo com predominância de taxas zero, insignificantes ou cadentes. À ineficiência econômica e ao exotismo da situação no contexto internacional, acrescenta-se outro recorde incômodo, o da maior taxa real média nos últimos 19 anos. A situação foi identificada em uma amostra de 11 países estudada por Thereza Balliester Reis e apresentada em dissertação de mestrado em junho, na Universidade de Paris.

 

Entre 1996 e 2014, período da estabilização da moeda nacional, a taxa de juros real média foi de 14,3%, quase o dobro da média mundial de 7,7%. A origem da anomalia, sugere a pesquisadora, é política e consiste no poder crescente dos rentistas, instituições e indivíduos com ganhos gerados pela condição de proprietários de ativos para assegurar uma política monetária favorável aos seus interesses.

Continuação da matéria em http://www.cartacapital.com.br/revista/918/os-colecionadores-de-moedas