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27/07/2016
Percebi um clima de muita camaradagem, um clima propício a solidariedade aos trabalhadores, afirma Carlos Daniel sobre o congresso do SINTSEF/RN

Ainda repercute entre os servidores públicos federais no Rio Grande do Norte, a  realização do VII CONSINTSEF/RN, ocorrido no início do mês em Rio do Fogo. Para ampliar os debates realizados no congresso e trazer novas visões sobre os temas debatidos no espaço realizamos uma série de entrevistas com os palestrantes do congresso. A nossa terceira entrevista foi com o representante do setorial LGBT da Conlutas,  Carlos Daniel. Ele foi o palestrante na mesa de combate às opressões durante o VII CONSINTSEF/RN.

 

SINTSEF/RN Qual a importância de debater opressões com o funcionalismo federal?

Carlos Daniel - O debate de opressões é extremamente importante para a base do funcionalismo federal, por conta que uma de suas características é o assédio moral, pelas diferenças naturais que existem entre os seres humanos, sejam as  diferenças  de gênero, de raça, de orientação sexual. Muitas vezes essas diferenças são usadas como formas de menosprezar e diminuir as pessoas.  A LGBTFOBIA, o Racismo, o machismo e a xenofobia são formas de perseguição aos trabalhadores. É muito importante que o sindicato coloque esse debate para sua base para que seja um bastião de lutas contra os ataques que decorrem dessas diferenças na nossa classe. Afinal, o que nos une é muito maior dos fatores que nos separam.

SINTSEF/RN Quais suas impressões do CONSINTSEF?

Carlos Daniel -Um congresso com uma participação massiva, muita presença de mulheres , o que é muito importante, pois a maioria dos sindicatos [em suas direções] só tem homens apesar de que nas bases a maioria das concursadas já é de mulher. No CONSINTSEF tivemos a presença de uma  figura feminina importante que é a dirigente do Sindicato,  Gizélia Rocha,  outra figura importante é uma mulher que dirige a secretaria de opressões do sindicato, Rosa Alves, e além disso uma série de mulheres participaram como delegadas no Congresso. Além disso, percebi um clima de muita camaradagem, um clima propício a solidariedade aos trabalhadores fez com que aquele fosse uma ambiente muito feliz para que os trabalhadores discutissem os seus problemas e as perspectivas diante dessa conjuntura tão nefasta para gente.

SINTSEF/RN Quais os principais desafios para esquerda nessa atual conjuntura?

 Carlos Daniel - Nós reivindicamos muito uma das faixas de saudação do sindicato no congresso que colocava  a questão do Fora Temer. Entendemos que toda a esquerda deve se unir nesse eixo central que é a derrubada de um governo  contrário aos interesses da classe trabalhadora. E o Sintsef/RN colocou ainda mais, colocou que não defende o “Volta Dilma” e concordamos muito com esse posicionamento. O Sindicato apontou um posicionamento em defesa de eleições gerais, com novas regras, com nova forma. Então, é muito importante que os trabalhadores tomem para si a oposição a esse governo, oriundo de um golpe parlamentar, de uma manobra. Um governo sem legitimidade e que não representa os trabalhadores. Um governo que a burguesia colocou para nos atacar e precisamos ter clareza para não se misturar com os movimentos que pedem a volta do petismo ao governo , então achei importante esse rumo político tomado pelo congresso.

SINTSEF/RN - Qual o papel do movimento sindical na atual conjuntura?

Carlos Daniel - Olha nos temos que levar a  consciência para os trabalhadores e apostar na luta direta. Nós não podemos ter esperança com esse congresso composto por burgueses, ladrões, pessoas corruptas que se arvoraram  de uma falsa defesa da família e da ética para  questionar a legitimidade do governo anterior, nós não defendemos o governo Dilma nem o PT porque eles também governaram contra a classe trabalhadora , mas esse  congresso e a solução que ele  deu ao petismo foi uma saída pela direita. Então os trabalhadores precisam ir para às ruas, somando força com os servidores públicos, trabalhadores da iniciativa privada, com os estudantes para  colocar um governo dos trabalhadores para ditar os rumos do país.