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04/05/2016
Movimentos organizam mobilização contra "golpismo midiático"

Está mais do que evidente a participação dos meios de comunicação do Brasil na construção e defesa do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. Com um sistema de mídia concentrado em poucos grupos econômicos, a cobertura da crise política e dos casos de corrupção tem sido seletiva e desequilibrada.

 

O principal efeito disso pôde ser visto nas manifestações pró-impeachment, estimuladas de forma ostensiva pela imprensa ao longo do último ano. Além disso os protestos contrários ao impeachment, que é classificado pela imprensa internacional e por diversos analistas como um golpe contra a democracia, foram praticamente invisibilizados e deslegitimados pela mídia.

 

Frente a isso, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) promove o Dia Nacional de Luta contra o Golpismo Midiático, neste 5 de maio, com atos e manifestações em todo o país. O principal objetivo dessas manifestações é denunciar como o monopólio privado nas comunicações, representado principalmente pelas Organizações Globo, fere a nossa democracia, a liberdade de expressão e o direito à comunicação.

 

Monopólio é golpe porque:

 

1- Não reflete nossa diversidade

No Brasil, apenas seis famílias controlam mais de 80% do setor de mídia. Isso faz com que diferentes visões de sociedade não se reflitam na programação das emissoras, prevalecendo um discurso único, o que viola o direito à comunicação e a liberdade de expressão do conjunto da população brasileira. Não é à toa que países com democracias consolidadas, como EUA, França, Inglaterra e Alemanha possuem mecanismos de regulação para impedir a formação de monopólios na comunicação e garantir pluralidade de vozes na mídia. O domínio da esfera pública midiática por uma única empresa, como no caso da Rede Globo, é destrutivo para qualquer ambiente democrático.

 

 2- Desrespeita o interesse público

A mídia no Brasil é tratada como atividade privada com finalidade comercial, em que o interesse público fica em segundo lugar. Outro aspecto é a apropriação de emissoras de rádio e televisão por políticos com mandato eleitoral, uma prática que, além de ser inconstitucional, causa graves danos à nossa democracia, pois permite a perversa combinação entre poder político e controle da informação. Diferente de outros países, o sistema de emissoras públicas e comunitárias do Brasil sofre pela falta de investimentos, perseguição e sucateamento, inviabilizando a garantia de diversidade de conteúdo e de fontes de informação. 

 

3- Deforma a opinião pública

A televisão e o rádio ainda são os meios de comunicação mais acessíveis ao conjunto da população brasileira e, por serem controlados por um verdadeiro monopólio, acabam contribuindo para a formação de uma opinião pública enviesada e parcial, o que influencia de maneira significativa os rumos do país, com impactos para todos, como ocorre agora no processo de impeachment.

 

Sem mídia democrática, não pode haver democracia!  

#MonopólioÉGolpe!