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01/12/2020
Nova onda de Covid-19 atinge Brasil e Bolsonaro não tem planejamento

  O negacionismo do presidente Bolsonaro com relação à pandemia do novo coronavírus continua sendo o maior responsável pelas mortes que se propagam pelo Brasil. Enquanto a transmissão do vírus e o número de mortes volta a crescer no país, em uma segunda onda de contaminação, Bolsonaro continua minimizando a situação e estimulando as pessoas a irem às ruas e a viverem como se nada tivesse acontecendo de diferente.

  O presidente é contrário ao uso de máscaras, de vacina contra a Covid-19 e da preservação da vida do povo brasileiro. Com novo surto do novo coronavírus em estados como São Paulo e Santa Catarina, e onze estados registrando alta na média móvel de mortes, Jair Bolsonaro (ex-PSL) se recusa a cumprir uma decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que determina a entrega de um planejamento detalhado para a vacinação da população contra a Covid-19. Com a resistência de Bolsonaro, não há um plano para distribuição para estados e municípios, muito menos a informação se haverá agulhas e seringas suficientes para atender a população, o que deverá provocar ainda mais mortes. Atualmente já são mais de 170 mil. Paralelamente a isso, por falta de logística na distribuição, há um sério risco de perda de 6,86 milhões de testes para diagnósticos de Covid-19 comprados pelo Ministério da Saúde. Os testes perdem a validade entre dezembro deste ano a janeiro de 2021.  

 

100 mil mortes a mais

  Para a epidemiologista e pesquisadora da Fiocruz, Ana Brito, caso o governo brasileiro tivesse tomado algumas medidas, 100 mil mortes poderiam ter sido evitadas no país. Segundo Ana Brito, o governo deveria ter reconhecido a dimensão do problema desde quando ele surgiu em outros países do mundo. Em seguida, deveria ter bloqueado o Rio de Janeiro e São Paulo, onde surgiram os primeiros casos no Brasil, dos demais estados. 

  "Teria também que ter cortado ligações aéreas, fechado divisas, isolado e colocado em quarentena as pessoas vindas de outros países. Barreiras sanitárias também poderiam ser levantadas em todo o Brasil", defendeu.  Para a pesquisadora, além disso, o governo poderia ter organizado uma inteligência epidemiológica com um suporte de testes, rastreando e comunicando os casos de infecção. 

 

Medidas econômicas pífias

  As medidas econômicas do governo Bolsonaro também foram ridículas. O presidente queria repassar o valor de apenas R$ 200 como auxílio emergencial. Mas graças ao Congresso Nacional, o valor subiu para R$ 600 e R$ 1.200.  De birra, Bolsonaro atrasou o pagamento e o vetou para os agricultores familiares que até hoje estão sem receber o auxílio. Acredita-se que o Congresso irá derrubar os vetos de Bolsonaro e o governo será obrigado a repassar os recursos para os agricultores. 

  A prorrogação do auxílio até o mês de dezembro também só aconteceu por decisão do Congresso. Bolsonaro era contra. E o ministro da Economia, Paulo Guedes, acaba de afirmar que se depender do governo, “não existe mais prorrogação” do auxílio emergencial. Enquanto isso, 14,4% da população ativa brasileira está desempregada. 

 

Com informações do SINDSEP/PE

Foto da capa: Sebastião Moreira/EFE